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09/06/2013


Boletim internacional de desenvolvimento local sustentável

Boletim informativo #99

1º de junho de 2013

Sumário

A economia solidária reforça a agricultura camponesa e a soberania alimentar

Oficina FSM 2013 organizado conjuntamente pela Via Campesina e URGENCI, com o apoio do RIPESS.

Primeiro encontro com a Rede da Economia Social e Solidária sobre a francofonia das Américas (Haiti)

Mensagem da equipe editorial

Durante o FSM de Túnis, Judith e Yvon eram conferencistas na oficina dedicada à temática da soberania alimentar. Apresentamos-lhes um resumo da oficina preparada por Morgane Iserte de Urgenci.

Por outro lado, Yvon participava, enquanto representante da Rede canadense de desenvolvimento econômico comunitário (RCDÉC) de um encontro que aconteceu no Haiti para discutir a criação de uma rede em economia social e solidária na francofonia das Américas. Enquanto minoria nas Américas, iniciativas deste gênero são frequentemente ferramentas potentes para melhorar a vida cotidiana.  

Judith Hitchman

Yvon Poirier

Martine Theveniaut

 

A Ecomomia solidária reforça a agricultura camponesa e a soberania alimentar

Oficina FSM 2013/ organizada conjuntamente pela Via Campesina e URGENCI, com o apoio do RIPESS.

 




Conferencistas: Yvon Poirier, RIPESS América do Norte e Rede Canadense de Desenvolvimento Econômico Comunitário (RCDÉC), Quebeque; Josie Riffaud, Via Campesina, Confederação Camponesa, França; Judith Hitchman, URGENCI, França-Irlanda; N’Diakaté Fall, Via Campesina, Conselho Nacional de Concertação e Cooperação dos Ruraux (CNCR), Sénégal; Jean-Michel Dupont, MIRAMAP, França.

JR: A Via Campesina milita, entre outras coisas, para novas formas de se alimentar. Mas os camponeses representam apenas 4% da população ativa na França, por exemplo; portanto, eles precisam de apoio para pressionar e obter que a soberania alimentar se aplique agora!

Duas definições: 1/ é um direito internacional defendido contra a OMC, que visa proteger as agriculturas camponesas locais da concorrência desleal que representam as grandes indústrias agro-alimentares.

2/ é também uma visão de uma agricultura de proximidade que se insere em um tecido das relações locais e solidárias, em favor de outras trocas com a terra e os vivos.

JH: URGENCI é a rede internacional das parcerias locais e solidárias em toda parte no mundo, em que consum’atores se associam a produtores locais para partilhar juntos os entre produtores e consumidores que federa iniciativas de agricultura apoiada pela comunidade riscos e os benefícios de uma agricultura camponesa e apoiar a atividade agrícola por uma remuneração justa e paga previamente aos produtores.  

As atividades de URGENCI se situam assim na encruzilhada das temáticas da soberania alimentar e da economia social e solidária. Para tanto, a rede tece numerosas alianças com o mundo camponês que promovem outras formas de laço (moeda complementar, energia, fiduciárias fundiárias).

NF: O Conselho Nacional de concertação e de cooperação dos rurais (CNCR) reúne organizações senegalesas que trabalham em prol da proteção da agricultura familiar em um país em que 70% da população ativa é formada de camponeses. É o maior empregador! Desde 2000, o CNCR instalou concertações para favorecer o desenvolvimento dos circuitos-curtos e favorecer assim os produtores e os consumidores, eliminando os intermediários que constituem o obstáculo principal ao estabelecimento de um preço justo – desde 2088 e a crise alimentar, o processo se acelerou. Por exemplo, para o setor do pão, uma mesa redonda foi organizada com padeiros, camponeses para que transformem diretamente a farinha do milhete e dos consumidores para determinar juntos um preço aceitável para eles. Os urbanos, de fato, têm cada vez mais dificuldade para encontrar produtos locais; quase tudo é importado, pois estes produtos vindos de outra parte são subvencionados.  e portanto menos caros. A distribuição dos produtos locais é então um desafio importante, enfrentado pela instalação de numerosas vendas de bairro, mantidas por associações de mulheres.

J-MD: O MIRAMAP é o movimento inter-regional das Associações para a Manutenção da Agricultura Campesina na França. Existem hoje cerca de 1600 AMAPs na França, ou seja, 8000 famílias e 2000 produtores. As AMAPs, que existem desde 2001, têm três objetivos: recriar um laço social entre rurais e urbanos, produtores e consum’atores; promover uma agricultura familiar e sustentável; fazer da educação popular (por exemplo, para fixar o preço da cesta, produtor e amapiano (a) discutem abertamente das necessidades do camponês, do que é uma renda justa, dos investimentos que ele deve fazer, etc.) Solidariedade, transparência, proximidade e respeito da natureza estão no cerne do projeto amapiano. Desenvolvendo-se, as AMAPs encontraram dois problemas: aquele do acesso ao fundiário (Terre de liens) e aquele da instalação de novos camponeses, em especial jovens (custo da instalação, formação, etc.): criação de uma incubadeira de atividades agrícolas na Ile-de-France : os Campos dos possíveis (http://www.amap-idf.org/champs-possibles-couveuse-activites-agricoles_28.php).

Questões recorrentes : certificação, AMAP para todos e cestas solidárias

 

YP : nos fala de uma cooperativa de consumidores no Japão que foi instalada desde 1968, por algumas pioneiras cujo objetivo então era de melhorar a qualidade de vida, depois do escândalo de Minamata, com vistas a abastecer-se em produtos frescos e não contaminados. Hoje, esta cooperativa, o Seikatsu Club, reúne 350 000 pessoas muito envolvidas que estão prontas em investir entre 1000 e 2000 USD para fazê-la funcionar.

 Seu modelo é muito interessante:

Ler o detalhe da apresentação: http://www.socioeco.org/bdf/fr/corpus_document/fiche-document-1664.html), pois está baseado numa visão de mudança social e política mais global. Das 21 cooperativas de consumo que existem no Japão, 19 trabalham com os supermercados e somente 4 praticam a compra e a venda direta. O Seikatsu Club compra diretamente de produtores associados. Por outro lado, os desafios nos Japão são grandes, por exemplo dos 240.000 toneladas de produtos orgânicos consumidos cada ano, 200.000 são importados.

 

 



Durante a discussão com os participantes, os diferentes temas foram abordados :

-          A ética da partilha

-          O direito de uso

-          As sementes camponesas e a luta contra os OGMs

-          Como evitar as derivas e a recuperação das iniciativas da ESS? (o exemplo é tomado da rede Biocoop; ler o excelente La bio. Entre business et projete de société, por Philippe Baqué (dir.) Coll. Contre-feux, Agone, 2012)

-          O desenvolvimento da restauração coletiva em circuitos-curtos (no Brasil 30% da alimentação servida nas cantinas escolares devem provir da ESS)

-          A melhor visibilidade das pequenas propriedades diversificadas.

 

Porém, é a questão dos 500.000 desempregados da Tunísia que constituiu a linha de discussão: qual futuro para eles, senão a economia social e solidária? Poderíamos dizer que ela já existe porque a economia tradicional repousa sobre as relações de proximidade e os produtos da localidade. Na Tunísia, 75% das propriedades são hortas familiares de menos de 2 hectares.

Quais são os mecanismos e os modos de organização concretso que permitiriam melhor desenvolvê-la (cooperativas, etc), e implantar atividades produtivas que possam dar trabalho aos jovens.

O papel das autoridades locais no desenvolvimento de uma ESS à imagem de cada território é crucial para responder às necessidades expressadas por seus habitantes, para ali relocalizar os empregos e assegurar a soberania alimentar localmente.



 

Primeiro encontra da Rede da Economia Social e Solidária sobre a francofonia das Américas (Haiti)

O Centro da francofonia das Américas organizava um encontro em de 30 abril a 2 de maio.

 



 

Foto: Wesley Benjamin, 2 de maio de 2013

O objetivo deste encontro era de favorecer a descoberta das abordagens e das práticas da economia social e solidária (ESS). Para o Centro, a economia solidária e social encontra toda sua força no próprio cerne de práticas coletivas de desenvolvimento sustentável contribuindo à construção de um mundo mais justo e equitativo. 

O francês é a 4a língua por ordem de importância nas Américas após respectivamente do espanhol, do inglês e do português. Enquanto grupo minoritário das Américas, acontece que a ESS pode ser uma ferramenta em um grande número de comunidades.

Além dos representantes do Quebeque e do Canadá, havia participantes da Luisiana, da Guadeloupe e de Haiti.

A ideia de implantar uma rede de intercâmbio de informações sobre a ESS na francofonia das Américas é vista pelos participantes como sendo muito relevante.

Nós, da Construção da economia social e da Rede canadense de desenvolvimento econômico comunitário (RCDÉC), membros do RIPESS América do Norte, éramos parceiros do Centra na organização do encontro.

Éric Lefebvre

Construção da economia social

 

Éthel Côté e Yvon Poirier

Rede canadense de desenvolvimento econômico comunitário (RCDÉC)

 

 

A respeito do boletim

Este boletim é publicado nas seguintes línguas: francês, inglês, espanhol, português, indonésio e japonês. Ele é realizado de forma totalmente voluntária desde o primeiro número publicado em 2003.

A equipe editorial quer agradecer as pessoas voluntárias seguintes pelo seu engajamento na tradução e na revisão:

Michel Colin (Brasil)

Paula Garuz Naval (Irlanda)

Évéline Poirier (Canadá)

Brunilda Rafael (França)

Além disto, gostaríamos de agradecer o Policy Research Institute for the Civil Sector (PRICS) do Seikatsu Club no Japão pela tradução para o japonês e AKSI UI pela tradução para a língua indonésia.

Os boletins estão na internet em dois endereços.

http://developpementlocal.blogspot.com/


 

Entrar em contato conosco (para informações, novas assinaturas e cancelamento de assinaturas)

Yvon Poirier ypoirier@videotron.ca

 

 

 

 

 

 

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