04/02/2013
Boletim Internacional de
Desenvolvimento Local Sustentável
Boletim
Informativo #95
1º de
fevereiro de 2013
Sumário :
Eradicar a
pobreza na Indonésia: uma conferência a fim de introduzir uma.abordagem sinergética tendo a universidade
como pivô
Uganda :
quando as mulheres assumem o seu desenvolvimento
Mensagem da equipe editorial
Na
oportunidade deste primeiro número de 2013, queremos agredecer nossos leitores,
alguns dos quais permanecem fiéis desde a primeira publicação em novembro de
2003.
Estamos
muito felizes em anunciar que o Boletim é publicado atualmente em seis línguas.
Graças a um encontro em outubro passado na Indonésia, a fundação Aksi Ui se voluntariou para traduzir em indonésio. Esta
nova versão em indonésio se acrescenta a uma versão em japonês publicada desde
2010 na revista Syakai Undo (Movimento
social), uma publicação do Civil Policy Research Institute (CPRI) do Seikatsu
Club, com uma edição de 1 200 exemplares.
Aksi Ui divulga seu boletim em cerca de 2000 endereços na Indonésia. Nós
mesmos divulgamos para cerca de 325 pessoas, entre as quais algumas divulgam em
sua própria organização, como por exemplo a lista ALOE com seus 125 assinantes.
Assim,
são alguns milhares de assinantes que recebem o Boletim. Obrigado a todas as
pessoas e às organizações que assumem este apoio voluntário para nossa
publicação.
No
presente número, continuamos na via central que é a nossa, a saber comunicar
iniciativas inseridas localmente. Tanto o artigo de Judith como aquele de
nossos amigos da Indonésia, relatam a luta contra a pobreza e a favor de um
desenvolvimento local sustentável em seus ambientes respetivos.
Judith Hitchman
Yvon Poirier
Martine Theveniaut
Eradicar a pobreza na Indonésia: uma
conferência a fim de introduzir uma abordagem sinergética com a universidade
como pivô
Por Alina Darmadi
Yayasan Aksi Sinergi Untuk Indonésie (Fondation AKSI UI) é uma organização que
concentra sua atividades na luta contra a pobreza, na busca de uma sociedade
mais independente e na melhoria das condições de vida de maneira sustentável. A
organização foi fundada depois de um seminário sobre o tema “A Indonésia sem
pobreza” em 2011 pela Faculdade de Economia da Universidade da Indonésia,
considerada como o berço da educação das maiores figuras nacionais. O seminário
aconteceu pelo 60º aniversário da faculdade. A implantação da organização foi
assim iniciada e apoiada por algumas das personalidades nacionais inseridas na
faculdade, bem como por outras pessoas de primeiro plano envolvidas na
autonomização das pessoas e nas empresas sociais, tais como o professor
Subroto, e o Dr. Bambang Ismawan de Bina Swadaya, o Pai do Empreendedorismo
social da Indonésia.
Tendo
aprendido desses mentores em seus esforços para eradicar a pobreza, AKSI UI
estima que o ingrediente chave para construir impactos duradouros é desenvolver
uma sinergia entre as forças existentes na comunidade. A pobreza, um dos
maiores desafios da Indonésia, é um fenômeno multidimensional. Assim AKSI UI
reconhece que é necessária uma abordagem multisetorial, global e sustentável, a
fim de resolvê-la, grças à sinergia entre as forças da comunidade. É por isso
que AKSI UI não trabalha sozinho. Ele estimula a colaboração e a participação
do maior número possível de elementos no seio da sociedade na luta para eliminar
a pobreza na Indonésia. Em outros termos, ele funciona como uma força de coesão
que agrega reunindo todos os atores e as forças da sociedade para a construção
das soluções sustentáveis.
Esses
esforços foram desenvolvidos com sucesso entre outros em Klaten no centro de
Java, no West Nusa Tenggara e em TaposTenjo, um subúrbio de Jakarta. Todavia,
como não tem muitos anos de vida., AKSI UI não dispõe da capacidade para
trabalhar em todas as regiõesa dos 5 milhões de km² da Indonésia. O que deve
ser feito agora é identificar uma estrutura na sociedade que possa reproduzir o
papel de coesão desempenhado por AKSI UI, e difundir o conceito. Esta estrutura
deve ter uma posição estratégica na sociedade, ser digna de confiança, ter os
recursos completos e a capacidade de reforçar a coesão entre os numerosos
elementos da sociedade.
Olhando
a história, sabemos que na Indonésia, são sempre os estabelecimentos de ensino
que inspiraram e dirigiram os movimentos significativos na Indonésia. Fica
claro, portanto, que as universidades devem e podem desempenhar um papel
central na luta contra a pobreza em suas regiões respectivas.
Por
conseguinte, na oportunidade de seu primeiro aniversário, AKSI UI organizou um
Congresso nacional de 3 dias sobre a luta contra a pobreza convidando todas as
universidades da Indonésia, bem como as organizações, as ONGs e os indivíduos
concernidos pela questão da pobreza. A convenção aconteceu nos dias 3, 4 e 5 de
dezembro passado na Universidade da Indonésia em Depok, e tinha por tema “As universidades
e seu papel estratégico no fortalecimento do empoderamento comunitário
sustentável.”
Conferencistas durante a cerimônia de
abertura :
da esquerda para a direita Professor Dr. Dorojatun Kuntjoro Djakti, ex-
ministro da Coordenação da economia e ex- embaixador nos Estados Unidos, Nur
Mahmudi Isma'il, Prefeito da cidade de Depok city, o lugar da convenção, Prof.
Dr. Subroto, fundador de AKSI UI, Prof. Firmanzah Ph.D, fundador de AKSI UI e
conselheiros do Presidente para a economia e o desenvolvimento e Dr. Bambang
Ismawan
Os
universitários responderam positivamente. « Numerosas regiões, seja nas
zonas costeiras ou agrícolas, têm um problema de pobreza há muito tempo”,
declarou o Professor Dr Hj Badia Perizade, presidente da Universidade de
Sriwijaya, Palembang, situada na zona agrícola. Badia, a única mulher
presidente de universidade de Estado acrescentou : “Devemos nos apoiar
mutuamente para realizar um avanço na resolução dos problemas da pobreza”.
Nas
semanas antes da realização do encontro, um apoio complementar foi igualmente
obtido da Direção geral do Ensino Superiro do Ministério da Educação e da
Cultura. O que fortaleceu o acesso de AKSI UI junto a numerosas universidades
indonésias. Além disso, AKSI UI obteve também o apoio à promoção do evento da
parte de numerosos grupos universitários e associações tais como a associação
das universidades particulares (APTISI), e a associação das universidades
católicias (APTIK). Eles foram igualmente apoiados pela associação das
universidades Nahdlatul Ulama (APTINU), e a assembléia Muhammadyah do Ensino
superior. Essas duas organizações são as maiores organizações muçulmanas,
representando assim a maioria da população indonésia. No conjunto, a convenção
conseguiu reunir representantes de 93 universidades de 86 cidades pela
Indonésia afora; da parte mais ocidental, Aceh, à parte mais oriental, a
Papuasia.
“Mais
uma vez, este evento é da responsabilidade das universidades indonésias.
Respondendo ao chamado da história, elas demonstram que são um dos principais
pilares da determinação da direção do país” declarou Bambang Ismawan, o
fundador e presidente do conselho dos diretores de AKSI UI, igualmente
presidente de Fondation Bina Swadaya, uma das mais antigas e importantes ONG
indonésias estabelecidas há mais de 45 anos e que se transformou em uma empresa
social gigante, comportando 17 pequenas empresas sociais. O primeiríssimo
laureado do Prêmio Empreendedor social do ano, criado por Ernst & Young em
2006, entre numerosos outros prêmios ressaltou: “Este pertencimento é
importante a fim de fortalecer seu engajamento a favor do processo de
empoderamento na comunidade em que se encontram, por causa do desafio nacional
de hoje: eradicar a pobreza ainda espalhada em um país tão rico quanto o
nosso”.
O
interesse suscitado pelo evento faz que ele está se tornando um eveno anual.
Assim, com o passar dos anos, um processo de aprendizagem contínuo e de
articulação entre as universidades vai criar uma sinergia estratégica visando
aumentar a responsabilização das comunidades e a capacidade de lutar contra a
pobreza de uma maneira real, global e sustentável.
A
fim de garantir que um amplo horizonte e um ponto de vista elaborado sejam
realmente compartilhados entre os participantes, o congresso reúne
especialistas e eminentes militantes nacionais nos campos da luta contra a
pobreza, o empoderamento das comunidades, o microfinanciamento, a demografia e
outras questões sociais. Para citar somente alguns, os porta-voz governamentais
incluiam o Enviado especial do Presidente da República da Indonésia sobre a
redução da pobreza, HS Dillon; o representante especial do Presidente sobre a
economia e o desenvolvimento, Fundador de AKSI UI, Firmanzah; o Enviado
especial do Presidente da República da Indonésia sobre os Objetivos do Milênio
para a o desenvolvimento, Nila F Moeloek;
e o Diretor para a Redução da Pobreza da Agência de planejamento do
desenvolvimento nacional, Rudy S. Prawiradinata.
“Para
ampliar o horizonte, esta convenção implicava igualmente conferencistas vindo
de sociedades, tais como Sugiharto, o comissário presidente da Sociedade de
Estado Pertamina companhia de petróleo, e um dos fundadores de AKSI UI”
declarou Dewi Hutabarat, a Diretora geral AKSUI UI. Entre os oradores
representando as empresas, havia igualmente Jerry Ng, diretor presidente do
Banco BTPN que participa ativamente de um programa de micro financiamento que
estende a mão às regiões mais isoladas do país, e a Fundação Pertamina que tem
o intuito de convidar as universidades a se juntarem ao movimento de plantio de
árvores a fim de trabalhar para soluções econômicas e fortalecer a comunidade.
Dewi, além disso, declarou que fora da oportunidade de compartilhar e
articular, esta convenção nos permite igualmente construir uma base de dados de
diversos efeitos visando a luta contra a pobreza e a autonomização da
comunidade, realizados até o momento em numerosas regiões da Indonésia. Isto se
tornará depois um banco de dados completo para referências comuns.
No
total, havia 40 oradores, universitários, organismos governamentais ligados à
pobreza, militantes bem como as sociedades. “Queremos agir de tal forma que não
haverá mais um silo na luta para eradicar a pobreza” disse Dewi.
Esta
convenção é organizada como um meio para as participantes compartilharem experiências
e elaborarem ideias e análises a fim de conduzir uma sinergia estratégica em
diversos campos, de acordo com o caráter geográfico respectivo e o contexto.
Além disso, esta convenção visa igualmente formular pontos de entendimento
entre as universidades sobre seu papel para reforçarem a coesão e se tornarem
um motor de sinergia multipartite com o objetivo de melhorar a
responsabilização das comunidades de uma maneira sustentável.
No
final da convenção de 3 dias, os participantes se reuniram para formular pontos
de entendimento, cristalizando assim as discussões realizadas durante o evento.
Estes pontos foram depois lidos em alta voz e assinados por todos os
participantes como uma declaração. O documento será o ponto de partida de um
plano de ação ».
“Vamos
fazer o acompanhamento da declaração e discutiremos atualizações durante o
congresso do ano próximo”, explicou Dewi.
Em
seu discurso de encerramento, o professor Dr. Subroto, um dos fundadores de
AKSI UI e economista bem conceituado, que era ministro das cooperativas, e
ministro das Minas e da Energia durante o governo precedente e nomeado
Secretário Geral da OPEP (Organização dos países exportadores de petróleo)
durante dois períodos de 1988 a 1994 declarou: “a Indonésia foi abençoada com
três riquezas, a saber, uma rica demografia, uma rica geografia e uma rica
história. Esses três ativos não deveriam representar nenhum motivo para que a
Indonésia não esteja apta a libertar-se da pobreza. Na verdade, a Indonésia se
tornou a 16ª economia no mundo, mas o país tem ainda mais de um milhão de
cidadãos sobre 250 que vivem abaixo do limite da pobreza. Isto significa um
dever urgente e necessário para que todos os elementos no país trabalhem juntos
para eradicar a pobreza da terra bem amada da Indonésia.”
De
fato, é um ponto de partida, e talvez uma pequena gota d’água. No entanto,
continuaremos a construir nosso esforço para criar sinergias em toda a
Indonésia. Acreditamos que, mesmo pequenas gotas d’água, quando caem sem parar,
podem produzir um buraco, até em uma pedra”, declarou Bambang Ismawan com
otimismo.
Em indonésio
Em indonésio e inglês
http://www.binaswadaya.org/index.php?lang=en
Katosi Women’s Development Trust em Uganda: Quando as
mulheres assumem seu próprio desenvolvimento
Por Judith
Hitchman
Em 1996,
Margaret Nakato de Uganda, fundou o Katosi Women’s Development Trust[1]
(pacto para o desenvolvimento das mulheres de Katosi). Baseado sobre suas
próprias experiências de vida, o objetivo da fidúcia era de dar às mulheres um
empoderamento (os meios de reforçar sua capacidade de ação) a fim de que possam
assumir sua própria vida. Ela tinha visto seu pai tomar todas todas as decisões
em nome de sua mãe, uma parteira de Katosi nas margens do lago Vitória; ela acreditava que se as mulheres fossem capazes de
ganhar sua própria vida, seriam aptas a melhor controlar e romper com uma
situação em que eram simples posses, em uma época em que muitos pescadores
tinha ainda mais ou menos 6 ou 7 mulheres.
Tradicionalmente,
as mulheres do lago Vitória fumavam e salgavam o peixe que trocavam em suas
regiões e exportavam para o Congo, o Sudão e o
Ruanda. Esta atividade permitia às mulheres e suas amigas de ter em certa
medida um controle financeiro sobre suas vidas. No entanto, um aumento da
demanda, pela perca do Nilo levou à industrialização da pesca no lago Vitória;
durante os últimos anos, as capturas de estoques da perca do Nilo se tornaram
uma indústria de exportação maior. Elas
são vendidas diretamente em fábricas de transformação, com a utilização de
barcos com congeladores bem como lugares de manipulação aperfeiçoados – todos
concebidos unicamente para a exportação. As esposas dos pescadores de pequena
escala não tinham mais acesso ao peixe para a defumação, e tinham perdido a
pouca independência financeira que possuiam. Nesta sociedade, as viuvas, qualquer que seja
sua ordem em um casamento (a mulher nº 1, 2 ou 3, etc.) não tinham privilégios
ou segurança financeira para seu futuro, a não ser que o marido tivesse
expressamente dado um bem, como uma casa. Isto significava que as mulheres
solteiras e as viúvas eram forçadas a deixar Katosi, e a se deslocar para as
ilhas sobre o lago, ou os centros comerciais rurais, a fim de ter acesso ao
peixe ou encontrar ofertas de emprego. Os casos de HIV-AIDS eram importantes no
conjunto da região do lago Vitória, e muitos homens e mulheres perdiam a vida. Quando
um pescador morria, sua mulher perdia o controle do barco de seu marido, o que
tornava a situação mais difícil ainda.
A primeira
etapa do projeto consistiu a implantar uma “caixa”, um sistema típico africano
de microcrédito que se repete da mesma forma, de maneira que cada mulher paga
uma pequena quantia em uma reserva cada semana, e cada uma delas recebe por
rodízio esta quantia economizada para seu próprio benefício. Ela fez isto com
seis ou sete mulheres católicas que ela conhecia bem.
A primeira
iniciativa de KWDT era apoiar as mulheres para ajudá-las a manter a propriedade
dos barcos. As capturas de peixe eram elevadas e as
mulheres eram bem pagas pelo seu peixe.
Em
1998, o Katosi Women’s Group era proprietário de dois barcos, e um ano mais
adiante, elas iniciaram um fundo de microcrédito. Apesar da retomada econômica,
os barcos e o material de pesca eram muito caros e inacessíveis para uma
parcela. Certos
pescadores locais e novos pescadores, interessados em tirar proveito da
retomada nas colônias de pesca e dos preços elevados do peixe fresco começaram
a utilizar veneno para capturar peixes, o que levou à proibição das exportações
de peixe da regiões por razões de saúde e de higiene. Por causa da guerra, a
migração de comunidades de pescadores do norte contribuiu igualmente para a
implantaçção de más práticas de pesca pelos imigrantes no lago Vitória.
Margaret
Nakoto fazendo uso da palavra na oportunidade do Dia Mundial das pescas, Lago
Vitória, Uganda, 21 de novembro de 2012.
A Comunidade
das mulheres Katosi estava paralisada e pobre, pois elas eram altamente
especializadas na pesca. Margaret decidiu que havia uma necessidade de
desenvolvimento múltiplo e escolheu a diversificação pela agricultura. Uma
única vaca podia produzir leite para alimentar várias pessoas – em especial as
crianças, e o esterco podia ser utilizado como adubo... e ajudar as mulheres a
sobreviver.
No ano 2000,
havia 48 mulheres envolvidas no KWDT. A situação tornara-se crítica no que diz
respeito ao acesso à água potável e ao saneamento básico em Katosi. Antes , era
possível ir pegar água potável no lago. Mas agora, o aguapé bloqueava o acesso
e criava dificuldades que não existiam antes. Igualmente, a grande população na
beira do lago provocava poluição. Havia pouca ou nenhuma higiene disponível
para as famílias; as pessoas não podiam mais se lavar no lago como fizeram no
passado. As pessoas utilizavam as terras pantanosas como sanitários e os
sanitários públicos estavam em estado ruim. Por causa da elevação do lençol
freático é muito oneros construir o tipo clássico de sanitários com fossa nas
comunidades de pescadores, por isso muitas famílias escolhem utilizar o mato.
Visto que havia frequentes mudanças no seio das comunidades de pescadores para
seguir o peixe, numerosas famílias tinham sanitários temporários.
Um programa de
abastecimento de água, de higiene e de saúde começou em 2003, para permitir às
mulheres de ter acesso a uma água limpa e segura e a um saneamento adequado. No
final do ano, KWFT era bem sucedido na agricultura, na pesca e no microcrédito.
As mulheres da região eram cada vez mais orgulhosas de suas realizações!
Outro ano mais
adiante, as notícias dos sucessos do KWDT se espalhavam em outras comunidades
de pesca. Havia 4 pedidos de grupos que queriam juntar-se. Com mais de cem
membros, a questão crucial tornara-se a capacidade de gerir um único grupo tão
grande! A solução foi de criar um rede de grupos de mulheres que começaram com
4 grupos. Agora a rede é composta por 16 grupos diferentes, com
compartilhamento dos recursos, das competências e dos conhecimentos entre essas 385 mulheres! A formação de chefes de
grupo se tornou uma prioridade com o Katosi Women’s Development Trust atuando
como grupo de coordenação. As atividades foram igualmente expandidas para
responder a interesses mais amplos, em especial a formação para a pesca.
A situação
econômica local na beira do lago permanecia no entanto muito difícil. Muitas
mulheres estavam muito endividadas, por causa dos custos elevados das redes e
dos motores, bem como dos custos de manutenção. O peixe, cada vez mais, era
vendido a atravessadores com pouco ou nenhum lucro do valor agregado para as
comunidades. Margaret, sempre engenhosa, animou as mulheres a se diversificarem
na apicultura, a cultura dos cogomelos e a piscicultura, bem como a criação de
animais (frangos e porcos); as trocas depois dessas atividades permitiram às
mulheres ter acesso ao crédito. Este último foi acompanhado por uma formação.
Os benefícios
foram imediatament visíveis. As crianças puderam continuar seus estudos, a auto estima das mulheres aumentou.
Para
fins ilustrativos, a maneira como uma casa que fora precedentement denominada
“a casa da viúva” é doravante chamada “a casa da mulher que tem duas vacas”! As
mulheres têm assumido também aos poucos papéis que eram precedentemente
reservados aos homens, como a construção de reservatórios de água... As
mulheres se envolveram progressivamente enquanto tomadoras de decisão no seio
de suas comunidades locais, das autoridades locais, e ajudaram a construir, ao
mesmo tempo, a transparência e a gestão dos recursos em suas comunidades. Em um
país já mais conhecido por sua corupção
de que por seu desenvolvimento sustentável,essa iniciativa é uma realização
importante.
Em 2012,
quando do Fórum mundial da água realizado em Marselha, na França, Margaret
Nakato recebeu o terceiro prêmio, ou seja, o Kyoto World Water Grand Prize em
nome do KWDT. Uma recompensa apropriada por todo o trabalho de inspiração que
ela e sua equipe excepcional fizeram estes últimos anos. Ela foi igualmente co
presidente do Fórum de pesca mundial (WFF), até novembro de 2012. Ela continua
sendo a secretário geral do WFF, uma atividade que está sob a responsabilidade
do KWDT.
A respeito do
boletim
Este boletim é publicado em francês, em inglês, em
espanhol e em português. Ele
é realizado de forma totalmente voluntária desde o primeiro número publicado em
2003.
A equipe editorial quer agradecer as pessoas
voluntárias seguintes pelo seu engajamento na tradução e na revisão:
Michel Colin (Brasil)
Paula Garuz Naval (Irlanda)
Évéline Poirier (Canadá)
Brunilda Rafael (França)
Além disto, gostaríamos de agradecer o Policy Research Institute for the Civil Sector (PRICS) do Seikatsu Club no Japão pela
tradução para o japonês e AKSI UI para tradução em indonésio.
Os boletins estão na internet em dois endereços.
http://developpementlocal.blogspot.com/
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