<$BlogRSDUrl$>

01/06/2012

Boletim Internacional de Desenvolvimento Sustentável
Boletim Informativo #89
1º de junho de 2012

Sumário
“Devolver a ambição política à mudança que queremos a partir de Rio+20”

Mensagem da equipe editorial


A atualidade da preparação da Conferência internacional “Rio+20” é objeto deste número do Boletim, o último antes de sua realização de 20 a 22 de junho de 2012. Rio de Janeiro vai encarnar durante mais de uma semana, um espaço público internacional de confrontação de pontos de vista, de interesses e de culturas. Este processo de mobilização democrática inovadora instala a coexistência entre uma Conferência internacional que reunirá os dirigentes do planeta fora da cidade, ao passo que uma Cúpula dos Povos acontecerá, de 15 a 23 de junho de 2012, no centro da cidade e reunirá os movimentos sociais e as sociedades civis. “Pequenas” pontes são previstas entre os dois acontecimentos para um diálogo. As coletividades se reunirão para um Global Town Hall. Mídias do mundo todo estarão presentes.
A influência dos grandes conglomerados e dos grupos de pressão das empresas é crescente no seio da ONU, como dentro dos próprios países. Voltados para políticas de curto prazo, preocupados pelo deslocamento das hegemonias econômicas, os Estados manifestam pouca ambição para regular a economia segundo os princípios de desenvolvimento sustentável. Acordos assinados como aquele sobre a água são questionados. Nós tememos que certos retrocessos aconteçam nestes assuntos fundamentais. Coalizões são formadas para opor-se, mais do que para encontrar soluções e conseguir formalizá-las com compromissos! Organizações da sociedade civil em toda parte no mundo se mobilizam para que este encontro planetário seja um ponto de partida de uma transição para um mundo mais justo, para o bem-estar das populações, para a renovação da confiança para com as instituições... para uma saída das crises.

Desejamos comunicar a todos o Apelo europeu às sociedades civis do Coletivo francês Rio+20. Compartilhamos a ambição deste apelo que é de “colocar o interesse geral no patamar da humanidade”. A prioridade de nossa equipe de redação é de divulgar as iniciativas dos habitantes e das comunidades apoderando-se das respostas aos problemas de seu quotidiano e de seu futuro. Por isso, apoiamos a afirmação que “novas trajetórias de desenvolvimento só podem ser construídas se a sociedade cidadã, forte de sua expertise de uso é incluída desde o início nas estratégias e se os conflitos de interesse são reconhecidos com total transparência”.
Nós unimos a Marine, representante dos P’actes Europeus no coletivo, convidando vocês a se inteirar dos principais elementos do Apelo.

Site da conferência da ONU (IN+PT) : www.uncsd2012.org/rio20
Site da Cúpula dos Povos (IN+PT+FR-ES) : www.cupuladospovos.net
Site do encontro das autoridades locais (IN) : http://local2012.iclei.org

Próxima publicação dia 20 de julho. O assunto principal será Rio+20

Judith Hitchman
Yvon Poirier
Martine Theveniaut

“Devolver a ambição política à mudança que queremos a partir de Rio+20”

Nota de introdução redigida por Martine Théveniaut


O Coletivo francês Rio+20 reúne desde 2010 umas quarenta organizações da sociedade civil, ONGs da solidariedade internacional, do meio ambiente, sindicatos, etc. Seus membros trabalham juntos sobre a base voluntária em duas vertentes: a expertise e a mobilização. A vertente expertise deu-se como objetivo principal criar um espaço de debates e conseguir um consenso para argumentar e reforçar uma produção proposicional e inovadora destinada aos Estados, à União Europeia, às organizações internacionais e à sociedade civil internacional. No âmbito da vertente mobilização, ele tem a vontade de reunir todos aqueles que querem obter um impulso decisivo que ultrapasse 2012 para uma gestão coletiva e responsável do planeta, os fundamentos de compromissos claros inscritos em um calendário. Ele lançou no mês de abril um apelo europeu para que o maior número de organizações e redes possa assinar.




Extrato do Apelo europeu às sociedades civis:

Garantir o direito à alimentação, à água e ao desenvolvimento: a noção de economia verde apresentada no Rio será inadmissível se o investimento preconizado for submetido a uma abordagem única pelo mercado. O acesso aos serviços e aos bens essenciais afirma a primazia do cidadão sobre a economia e a necessidade de regulações de ordem financeira, econômica e jurídica.

Reconhecer a existência de vários modos de desenvolvimento: controlar a marginalização social crescente e investir nos serviços de base de que as populações precisam. A utilização de energias renováveis, as práticas agroflorestais, as técnicas simples de colheita, armazenamento e distribuição da água, são tantas outras abordagens pertinentes para 1,8 bilhões de pequenos produtores.

Reafirmar a existência dos bens comuns quer seja os meios naturais, o imaterial tecnológico ou cultural; reconhecer a expertise dos usuários e favorecer a gestão local; protegê-los; limitar a financeirização; requalificar a relação do homem com a natureza; parar de especular sobre condições necessárias ao bem viver.

Elaborar trajetórias de transição ecológica e social de todas as nossas sociedades: privilegiar o interesse geral; levar em conta o limite sobre os consumos de recursos na busca de um novo modelo de organização social. Nesta ótica, uma forte integração social e territorial é necessária para encontrar outros modos de satisfação do que o consumismo.

Construir uma base universal de proteção social: revalorizar o trabalho, acompanhar os tempos de formação, dar segurança os percursos profissionais e dar a possibilidade de empregos de qualidade em todo o planeta. O dumping social deve cessar. Uma transição justa só pode ser aberta se os atores enfrentam suas responsabilidades.

Reconhecer a sociedade civil: conceder-lhe todo seu lugar nas negociações, decisões, políticas públicas, implementações locais. Novas trajetórias de desenvolvimento só podem ser construídas se a sociedade cidadã, habilitada com sua expertise de uso, é incluída antes da adoção das estratégias e se os conflitos de interesse são reconhecidos com toda transparência.


Para assinar o apelo (FR)
http://collectif-france.rio20.net/signez-lappel-europeen/

A respeito do boletim

Este boletim é publicado em francês, em inglês, em espanhol e em português. Ele é realizado de forma totalmente voluntária desde o primeiro número publicado em 2003.

A equipe editorial quer agradecer as pessoas voluntárias seguintes pelo seu engajamento na tradução e na revisão:
Michel Colin (Brasil)
Paula Garuz Naval (Irlanda)
Évéline Poirier (Canadá)
Brunilda Rafael (França)

Além disto, gostaríamos de agradecer o Policy Research Institute for the Civil Sector (PRICS) do Seikatsu Club no Japão pela tradução para o japonês.

Os boletins estão na internet em dois endereços.
http://developpementlocal.blogspot.com/
www.apreis.org/

Entrar em contato conosco (para informações, novas assinaturas e cancelamento de assinaturas)
Yvon Poirier ypoirier@videotron.ca

This page is powered by Blogger. Isn't yours?