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03/10/2007

Boletim Internacional de Desenvolvimento Local Sustentável
Boletim informativo #42
1° de Outubro de 2007

Sumário

Mensagem da equipe editorial


Os Fóruns Sociais e a construção de outro tipo de globalização

Um resumo dos debates

4° Encontro Internacional de globalização da solidariedade

Enfrentar os desafios


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Mensagem da equipe editorial


Neste número, desejamos partilhar com vocês, embora de forma muito rápida, um debate em curso no ambiente dos Fóruns Sociais Mundiais. Foi na oportunidade do Fórum Social do Quebec, que aconteceu em Montréal no mês de agosto passado que Yvon Poirier ficou convicto da pertinência da participação nestes debates. Quando do encontro de Montréal, que contou com mais de 5 000 participantes, várias pessoas se fizeram as mesmas questões.

Por outro lado, Martine Théveniaut, membro do comitê de comando europeu do 4° Encontro internacional de globalização da solidariedade apresenta a organização anfitriã do encontro – o Instituto Europeu da Economia Solidária do Luxemburgo.

Por fim, estamos muito felizes de lhes anunciar uma preciosa colaboração.

O site web Diálogos, propostas, histórias para uma cidadania mundial é um banco de dados com mais de 7 000 fichas/artigos dedicados à construção de um mundo solidário e responsável.

Assim, o site DPH, apresentado em quatro línguas, como nosso boletim, retomou uma dezena de artigos publicados em nossa publicação nestes três últimos anos e constituiu fichas a partir deles. Estamos felizes de participar deste intercâmbio de conhecimentos para a construção deste mundo solidário e responsável ao qual aspiramos mutuamente.
http://www.d-p-h.info/


Equipe editorial
Francisco Botelho
Yvon Poirier
Martine Théveniaut



Os Fórums Sociais e a construção de uma outra globalização

Um resumo dos debates



Desde o aparecimento dos Fóruns Sociais em 2001, um debate importante foi travado no conjunto do ambiente altermundialista sobre as estratégias a serem implementadas, as abordagens e os procedimentos, para construir esta nova globalização. Os encontros dos Fóruns Sociais agrupam um número cada vez maior de movimentos e de participantes neste espaço de encontros abertos. Todavia, alguns questionam a pertinência dos Fóruns pois acham que os encontros não dão bastantre resultados concretos. Outros chegam até a questionar os próprios Fóruns, e a se perguntar se é pertinente participar deles.

Patrick Bond, do Centre for Civil Society da África do Sul, resumiu adequadamente as quatro posições em uma mensagem divulgado dia 9 de maio de 2007 na lista “wsfdiscuss”.

1- Existe a abordagem de « cima para baixo ». O Apelo de Bamako de janeiro de 2006, preparado por um grupo de intelectuais, idenfiticados como líderes anti ou altermundialistas, que lançaram uma plataforma política definida como alternativa global à globalizção neoliberal.
2- Outros afirmam pelo contrário motivos para não adotar um programa político. Esta corrente se inspira do discurso autonomista, desenvolvido no século XX contra as ideologias universalistas.
3- Uma outra corrente preconiza uma estratégias resolutamente socialista no sentido da nacionalização dos serviços e de um papel preponderante do estado nas diferentes esferas da sociedade.
4- Por fim, e é a opção de Patrick Bond, a crítica fundamental do neoliberalismo já existe nas lutas e nas publicações preparadas por diversos movimentos desde décadas. Esta visão crítica foi desenvolvida por « internacionalistas » no movimento sindical, mulheres, jovens, militantes contra a guerra, meio ambiente, etc.

Segundo Patrick Bond, é preciso igualmente sublinhar a emergência de iniciativas organizacionais em campos como os dos direitos das minorias, populações indígenas, democracia, direitos humanos, orientação sexual, direito dos portadores de deficiência e das pessoas idosas, somente para mencionar alguns.

É preciso, mediante os Fóruns Sociais, e de outra forma, desenvolver uma maior coerência entre estas redes, não apenas para os objetivos da própria articulação, mas também para encontrar lugares de convergências para lutas comuns e para construir, a longo prazo, uma nova geração de ativismo, coordenada global, nacional e localmente. O exemplo das manifestações contra a guerra nos primeiros meses de 2003 é um exemplo do potencial de tal movimento. E o espaço para desenvolver estes intercâmbios e coordenações se encontra nos Fóruns Sociais. Se não for aí, não será feito em outra parte.

Mais recentemente, na oportunidade do Fórum Social do Quebec, Chico Whitaker, um dos co-fundadores do Fórum Social Mundial, expressou de outra maneira a idéia que a construção de outra globalização não pode ser feita por cima.

Em uma entrevista à Radio-Canada (rede pública), dia 25 de agosto passado, ele acrescentou que é outra lógica que deve ser desenvolvida. Que não vai ser criando um movimento com um novo líder que se conseguirá mudar a lógica neoliberal de competitividade e de concorrência. Mas que pelo contrário, é pela solidariedade e a cooperação que se alcançara isto. Não de outra forma.

Conforme ele diz, as grandes mudanças não vieram de cima. As mudanças profundas provêm de dentro das sociedades, por mudanças culturais, por mudanças nos comportamentos, na forma de ver o mundo. Será desenvolvendo consciências cidadãs ativas que conseguiremos mudar, aos poucos, o sistema dominante. Será mediante redes que estes cidadões ativos nos movimentos sociais conseguirão modificar o sistema. O Sr. Whitaker dá outro exemplo de tal luta. Em 1998, são os movimentos sociais que bloquearam o Acordo multilateral sobre os investimentos (AMI).


Chico Whitaker continua decididamente otimista pois em todo parte no planeta, os cidadões organizados lutam para defender seus direitos e os dos outros. É mediante este processo que se construirá, gradativamente, um mundo que responda às aspirações das pessoas e que será viável para todos.

Autor : Yvon Poirier


Patrick Bond é diretor do Centre for Civil Society na África do Sul.
http://www.ukzn.ac.za/ccs (em inglês somente)
Arquivos da lista wsfdiscuss (em inglês)
http://mail.openspaceforum.net/mailman/listinfo/worldsocialforum-discuss_openspaceforum.net


Chico Whitaker publicou o livro Mudar o mundo, novo modo de usar. Ele foi publicado no Brasil em 2005. Depois, uma tradução espanhola foi publicada e mais recentemente uma versão em francês.

Entrevista à Radio-Canada (em francês)
http://www.radio-canada.ca/radio/maisonneuve/27082007/91488.shtml


O Instituto Europeu de Economia Solidária assume o desafio de organizar os 4os encontros intercontinentais de “Globalização da solidariedade”

Criado em 1998, o INEES reúne pesquisadores e práticos do Luxemburgo, Alemanha, Bélgica, França e Suíça. Ele se comprometeu a assumir a preparação desta 4a edição dos encontros do RIPESS, do 26 de abril ao 2 de maio de 2009 no grande Ducado do Luxemburgo. Sua ambição, recebendo o bastão, é que o “Forum LUX’09” proclame em alta voz uma terceira via. Sim, uma outra economia existe entre o neoliberalismo e a economia administrada. “Este modelo alternativo de economia é uma filosofia da ação que coloca no primeiro plano o ‘respeito pelo homem e pelo ambiente’. Não é uma reivindicação para tomar o lugar daqueles que estão no poder, mas uma visão nova da sociedade e das relações sociais entre as mulheres e os homens. Ele recoloca o dinheiro no seu justo lugar, ou seja um instrumento para facilitar as trocas e não uma ferramenta de especulação financeira, destruidor do ponto de vista social e ambiental. As idéias mais simples sendo muitas vezes as melhores, esta base é igualmente uma filosofia da vida” (Editorial da carta n° 10 - a surgir)

No ponto em que estamos, está na hora de deixar as margens dos sistemas atuais e de instaurar o diálogo com os responsáveis nestas bases. As inovações da economia social e solidária fazem mais do que testemunhar, elas prefiguram este outro mundo possível. Elas mostram a propriedade desta forma de proceder para produzir e garantir o bem comum. Elas se tornaram credíveis pelas alternativas econômicas que elas fizeram nascer concretamente, pelo número daqueles que as praticam e se identificam com elas, em constante aumento. Em termos de atividades, elas inovam na produção de bens e de serviços, muitas vezes abandonados pelo Estado ou o mercado; em sua capacidade para “hibridar os recursos” mercantis, não mercantis e não monetários. Elas associam os usuários à construção de respostas adaptadas às suas necessidades e às suas aspirações. Elas traduzem a recusa da exclusão como preço a pagar para a globalização econômica. Elas abrem novas perspectivas de realização profissionnal e pessoal a pessoas afastadas do mercado de trabalho extremamente seletivo. Elas inauguram e experimentam novas formas de trocas, para sair dos becos sem saída que o produtivismo e a superexploração dos recursos naturais fazem pesar sobre a vida das populações.

Un comitê de comando europeu foi instalado, sob a iniciativa do INEES, animado por Eric Lavillunière.

O processo de construção é autenticamente participativo e exige das redes que se engajem para propor e para animar. O vocabulário baniu os “é preciso que se” e os “seria bom se” para substituí-los por atos de engajamento e de responsabilidade, com regras simples e claras tais como a paridade homens/mulheres, a igualdade Norte/Sul e uma forma de fazer a mais colegiável e aberta possível. “As estrelas do evento serão os participantes e aquelas e aqueles implicados na organização serão os facilitadores garantindo os valores e a coerência do conjunto”.

O programa de trabalho, as temáticas e o dispositivo de conjunto acabam de ser elaborados, em um processo 1vai e vem de discussão com o RIPESS. Ele será apresentado em um boletim próximo, para que nossos leitores possam determinar como é que eles podem contribuir para o êxito desta etapa européia de uma globalização com rosto humano.

Para ter mais informações : Institut Européen pour l’Economie Solidaire a.s.b.l. -1, rue du Moulin - 3857 Schifflange Luxembourg : Tél.: (+352) 53 04 45 0 ; Fax: (+352) 53 04 45 510 E-mail: info@inees.org Internet: www.inees.org

Martine Theveniaut
No comitê de comando europeu de preparação de LUX’09 a título da rede dos “Pactos Locais” na França e da rede européia EURONETZ

Nossos Boletins estão disponíveis na WEB:


http://developpementlocal.blogspot.com/
www.apreis.org/

Agradecimentos a nosos tradutores:

Évéline Poirier (Canadá) para o inglês, Brunilda Rafael (França) para o espanhol e Michel Colin (Brasil) para o português.

Entrar em contato conosco (para informações, novas assinaturas ou cancelamento de assinatura)
Yvon Poirier ypoirier@videotron.ca

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