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04/03/2007

Boletim Internacional de Desenvolvimento Local Sustentável
Boletim informativo #36
1° de março de 2007

Sumário

Mensagem da equipe editorial

O Relatório Planeta vivo 2006
“As notícias não são boas”

Notícias
Primeiro fórum social US
Fórum asiático para a economia solidária

Mensagem da equipe editorial


O estado de nossa biosfera, o planeta terra, se revela muito preocupante. O resumo do relatório 2006 da WWF, uma das principais organizações ecológicas mundiais, o revela. Assim, esta situação afeta a vida das populações em todas as partes do planeta. O conjunto das comunidades locais sofre destes efeitos, direta ou indiretamente. O relatório Stern sobre o efeito econômico do aquecimento global, publicado pelo governo britânico, veio confirmar que o aquecimento é real, e agora cientificamente provado (a certeza passou de 70% a 90%).

A constituição da vida sobre a terra mostra que as espécies animais e vegetais podem desaparecer, quando elas proliferam em excesso em um território de mais restrito. Assim, a espécie humana só constitui um recurso na medida em que faz um uso controlado dos recursos naturais, cabendo dentro dos limites do possível. O que não é adquirido uma vez por todas. Conscientizamo-nos disto no contexto de uma demografia em forte crescimento e de uma era nova marcada pela percepção da finitude. A territorialidade da humanidade está delimitada por contornos. O desafio atual consiste em encontrar as formas da “governabilidade dos territórios” e tornar possível a coexistência de uma humanidade em grande número, em um universo com recursos limitados.

Entramos em uma nova época histórica: a da alterlocalização. Os membros de nossa equipe, nossos leitores, e cada vez mais, as pessoas, são convencidos que eles são os atores sociais de amanhã. Por que? Porque eles buscam, concreta, incansavelmente
• como inscrever nos seus territórios de vida respostas concretas às questões globais,
• como combinar o poder de ação coletiva de uma sociedade civil que se organiza com o poder de ordenamento territorial exercido pelas autoridades locais “tradicionais” ou “modernas” a depender dos países.
Em comparação com os problemas, os resultados são modestos, mas eles são significativos das novas abordagens que têm como fonte a vida cotidiana das pessoas. Eles mostram o caminho.

Equipe Editorial
Francisco Botelho
Yvon Poirier
Martine Théveniaut

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O Relatório Planeta Vivo 2006
“As notícias não são boas”


A partir de 1998, o World Wildlife Fund (WWF) começa a apresentar relatórios destinados a proporcionar um melhor conhecimento do mundo natural e do impacto das atividades humanas. O Relatório Planeta Vivo 2006 confirma que utilizamos os recursos do planeta mais rapidamente do que a sua capacidade de renovação.

A aceleração da superexploração dos recursos da Terra
A Marca Ecológica da Humanidade mais do que triplicou desde 1961. Ela excede mais ou menos em 25% a capacidade do mundo para se regenerar. O índice Planeta Vivo mostra uma perda rápida e contínua de biodiversidade. As populações de vertebrados declinaram de quase um terço desde 1970. A mensagem destes dois índices é claro e urgente: excedemos a capacidade da Terra para sustentar nossos estilos de vida durante os últimos 20 anos e devemos parar. Devemos equilibrar nosso consumo e a capacidade da natureza para se regenerar e para absorver nossos detritos sob pena de danos irreversíveis.

Estamos longe de um objetivo de desenvolvimento sustentável
Se compararmos a Marca Ecológica ao Índice de Desenvolvimento das Nações Unidas, o relatório indica que este desenvolvimento “elevado” está muito distante do objetivo declarado do desenvolvimento sustentável. Certos países melhoram o bem-estar de sua população contornando o objetivo de sustentabilidade e entram na “superexploração”, utilizando mais recursos do que o planeta pode sustentar. É inevitável que este caminho limita as capacidades dos países pobres para se desenvolverem e de países ricos para manterem sua prosperidade. Chegou a hora de fazer escolhas vitais. Implementar mudanças que melhorem o nível de vida ao tempo em que reduzem nosso impacto sobre a natureza não será fácil. Mas devemos reconhecer que são as escolhas de hoje que condicionarão nossas oportunidades futuras durante muito tempo.

A boa notícia é que a mudança de rumo continua possível, mas é preciso querer isto!
Tecnologias existem para aliviar nossa marca, para reduzir significativamente as emissões de dióxido de carbono que contribuem para o aquecimento climático. Companhias do primeiro time, governos lutam para impedir a perda de biodiversidade protegendo habitats vitais numa escala sem precedente. Mas devemos fazer mais ainda. A mensagem do Relatório Planeta Vivo 2006 é que vivemos acima de nossos meios e que são as escolhas que cada um de nós fará hoje que determinarão as possibilidades das gerações que nos seguirão.

O preço da dívida ecológica
Diferentemente do capital financeiro, quando um bem pode ser facilmente trocado contra outro de valor monetário idêntico, os bens ecológicos não são diretamente intercambiáveis. A dívida ecológica mede o risco que os recursos e serviços ecológicos não estejam mais disponíveis para responder às demandas da humanidade no futuro. A utilização excessiva de um recurso ecológico, como as pesqueiras, não poderá ser compensada por qualquer outro recurso, as florestas, por exemplo. A projeção “Business as Usual” avalia as conseqüências desta superexploração contínua somando todos os déficits anuais. Em 2050 a dívida acumulada corresponderá a 34 anos de produtividade biológica de todo o planeta. Além disto, a superexploração continuaria além de 2050 e a dívida continuaria a se acumular.

Sem avaliação, não há ordenamento eficaz
Sem contabilidade financeira, as companhias trabalhariam cegamente, correndo o risco da falência. Da mesma forma, sem contabilidade dos recursos, os déficits ecológicos e a superexploração passarão despercebidos e persistirão. Entretanto, quando os efeitos da superexploração estarão visíveis, será provavelmente tarde de mais para mudar esta situação e evitar a falência ecológica. A queda rápida no volume das pescas na costa leste do Canadá ou os efeitos severos do desflorestamento em Haiti constituem dois casos exemplares.

Concentrar-se primeiro nas coisas lentas
No âmbito de uma transição para um mundo sustentável, é essencial levar em conta os prazos de implementação. Os esforços para deter um incremento rápido da superexploração e evitar o desmoronamento dos ecossistemas devem levar em conta estes longos tempos de resposta das populações humanas e da infraestrutura. Serão as pessoas e as infraestruturas, nascidas ou construídas hoje, que determinarão o consumo de recursos para a maior parte deste século.

Relatório realizado pelo WWF, organização independente para a preservação da natureza que conta acerca de 5 milhões de aderentes e uma rede mundial ativa em mais de 100 países (www.panda.org) com a Sociedade Zoológica de Londres (Zoological Society of London-ZSL), organização internacional de educação e de proteção da natureza (www.zoo.cam.ac.uk/ioz) e o Global Footprint Network (GFN) que propõe a marca ecológica como ferramenta de medida da sustentabilidade para promover uma economia sustentável (www.footprintnetwork.org).

Resumo redigido por Martine Theveniaut

Notícias
Primeiro Fórum Social US
Um outro USA é possível


O primeiro Fórum Social dos Estados-Unidos acontecerá de 27 de junho a 1° de julho de 2007, na cidade de Atlanta na Geórgia. Milhares de progressistas e militantes antiglobalização se reunirão nesta cidade que foi o berço do movimento de libertação dos afro-americanos. Como os outros fóruns sociais no mundo, um apelo composto de propostas está em curso para as oficinas. A questão da guerra será uma questão importante.

Pelo que lhe diz respeito, a rede norte-americana de economia social (NANSE) prevê de organizar nele umas oficinas. Assim, as organizações do Quebec e do Canadá que são engajadas na Rede intercontinental de promoção da economia social e solidária (RIPESS) pensam participar.

http://www.ussf2007.org (EN e ES)
Notícia redigida por Yvon Poirier

Fórum asiático para a economia solidária
Um primeiro encontro


Do 17 ao 20 de outubro de 2007, em Manila nas Filipinas, um primeiro encontro acontecerá tendo como tema “Uma interface para investidores socialmente responsáveis e empresas socialmente responsáveis”.

Como o indica o programa preliminar (ver o site web), são previstas palestras provenientes de vários países asiáticos, dos quais a China.

O encontro é patrocinado pelo CSR SME Ásia (Responsabilidade social das empresas e Pequenas e Médias Empresas Ásia) e a Fundação para o Progresso do Homem (FPH).

O responsável do evento é Bem Quinones. O autor desta notícia o encontrou no FSM 2005 e no encontro de Dakar 2005.

www.asianforum2007.net

Anúncio redigido por Yvon Poirier

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Nossos boletins estão acessíveis no web:
http://developpementlocal.blogpost.com/
www.apreis.org

Agradecimentos aos nossos tradutores:
Eveline Poirier (Canadá) para o inglês, Paul M. Makédonski (Peru) e Brunilda Rafael (França) para o espanhol e Michel Colin (Brasil) para o português.

Entrar em contato conosco (para informações, novas assinaturas ou cancelamento de assinaturas)
Yvon Poirier: ypoirier@videotron.ca

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