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30/04/2006

Boletim Internacional de Desenvolvimento Local Sustentável
Boletim informativo nº 28
1 de Maio


Sumário


Mensagem da equipe editorialo de 2006

A Federação de Turismo Comunitário da Guatemala (FENATUCGUA)Uma abordagem diferente do turismo

O 2º Fórum Internacional do Turismo Solidário e do Comércio Justo (FITS)De 24 a 27 de Março de 2006, Tuxtla Gutierez, Chiapas, México

Primeiro Simpósio Africano de Comércio Justo De 6 a 9 de Abril, no Benin

Associação Internacional dos investidores em economia social (INAISE)Conferência anual, 1 e 2 de Junho de 2006

Anúncios
A – 4º Encontro Internacional de globalização da solidariedade (anúncio prévio)
B – Fórum Social Mundial 2007
C – Cooperar em português
D – Seminário sobre envelhecimento das populações rurais e o desenvolvimento dos seus territórios


Mensagem da equipe editorial
Neste número apresentamos uma abordagem do turismo que integra a dimensão do desenvolvimento local e comunitário e, por outro lado, a dimensão de uma actividade económica que se ajusta plenamente ao conceito de economia social e solidária.

Durante a sua participação no Congresso da rede Canadiana de desenvolvimento económico comunitário (RCDÉC), que teve lugar em Vancouver de 16 a 18 de Março últimos, Yvon Poirier encontrou um representante da FENATUCGAU, da Guatemala. No atelier sobre turismo comunitário, exemplos semelhantes foram apresentados: Costa Rica, Tailândia e Botswana.

O 2º Encontro internacional de turismo solidário e de comércio justo que teve lugar no México, testemunha o vigor deste tipo de iniciativas em prol das comunidades locais.

Chamamos ainda a vossa atenção para o próximo encontro de INAISE que se realizará em San Sebastien, Espanha, a 1 e 2 de Junho.

Acolhemos com prazer os artigos de Judith Hitchman e de Norbert Tréhoux, contribuições pontuais que vêm enriquecer as informações que transmitimos neste boletim.

Equipe editorial
Francisco Botelho
Yvon Poirier
Martine Théveniaut

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A Federação de Turismo Comunitário da Guatemala (FENATUCGUA)
A FENATUCGUA nasceu em Janeiro de 2005, com o objectivo de criar uma estrutura que agrupasse os destinos turísticos comunitários e os seus parceiros. A organização envolve representantes das comunidades e possui um Conselho de Administração eleito. É apoiado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), pelo Instituto Guatemalteco do Turismo (INGUAT) e pelo Instituto de Formação Técnica (INTECAP).

Missão : como organização sem fins lucrativos representando os actores a nível nacional, promove o desenvolvimento e a auto-suficiência das comunidades abrangidas através de projectos turísticos criados pelas populações locais, numa perspectiva de igualdade de géneros, respeitando e valorizando as respectivas culturas e o meio ambiente.

Visão: somos uma organização reconhecida a nível nacional e internacional, que contribui para a melhoria da qualidade de vida das populações das organizações comunitárias associadas, através da sua participação na gestão e na administração de projectos turísticos produtivos, assentes no respeito pelas respectivas culturas, na igualdade de género e na conservação do meio ambiente.

Para que as comunidades e as organizações se tornem membros da FENATUCGUA é indispensável uma condição – que se encontrem implantadas nas actividades turísticas comunitárias em curso. Os projectos beneficiam as comunidades locais e não existem apenas pelo facto de prestarem serviços específicos. A comunidade ou a organização participa efectivamente na gestão e na administração do destino turístico. Para além disso, os benefícios gerados devem reverter para a comunidade no seu conjunto, ou para uma percentagem significativa da população. Factores como o respeito pela conservação dos recursos naturais, o interculturalismo, a igualdade dos géneros, são essenciais em cada uma das experiências, para se tornar num membro efectivo e para beneficiar das acções da Federação.


Neste momento, fazem parte da FENATUCGUA 29 comunidades e projectos:

Asociación Ak’ Tenamit (Izabal) ADIQK-Región Ixil (Quiché)
Asociación Rupalaj Kistalin (Sololá) Aventura Maya K’iche’ (Totonicapán)
Consejo Chajinel (Sololá) Comunidad Aquil Grande (Alta Verapaz)
Comunidad Carmelita-El Mirador (Petén) Comunidad Chicacnab (Alta Verapaz)
Comunidad Lajchimel (Quiché) Comunidad Pamuc (Alta Verapaz)
Comunidad Paso Caballos (Petén) Comunidad Plan Grande Quehueche (Izabal)
Comunidad Roc já Pomtilá (Alta Verapaz) Comunidad San Lucas Sequilá (Alta Verapaz)
Comunidad El Porvenir (Alta Verapaz) Comunidad Candelaria (Alta Verapaz)
Comunidad La Unión (Petén) Finca Santa Anita (Quetzaltenango)
Comunidad Sepalau (Alta Verapaz) CASODI (Quiché)
Comunidad Santa Isabel (Alta Verapaz) Salto de Chilascó (Baja Verapaz)
San Juan Comalapa (Chimaltenango) San Vicente Pacaya (Escuintla)
Comunidad El Zapote (Petén) San Antonio (Retalhuleu)
Corazón del Bosque (Sololá) Comunidad Mucbilhá (Alta Verapaz)
CECEP (Alta Verapaz)

Os destinos que a FENATUCGUA representa caracterizam-se pela riqueza cultural e natural, acrescentando uma mais valia à oferta turística da Guatemala. O que possibilita partilhar as culturas ancestrais e conhecer a enorme biodiversidade através de um contacto directo e autêntico com as populações locais, experiências que complementam os destinos tradicionais de renome mundial.

Para mais informações, comunicar com :

Francisco Enríquez
turismo_comunitario@yahoo.es

Ou visitar o sítio Internet www.redturs.org, que possui informação detalhada sobre cada um dos destinos turísticos.

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O 2º Fórum Internacional de Turismo Solidário e do Comércio Justo (FITS)De 24 a 26 de Março de 2006, Tuxtla Gutierez, Chiapas, México.

Este Fórum teve como objectivo facilitar a troca, promover a reflexão e ajudar à construção de alternativas concretas que aliem a preservação ecológica, a igualdade económica, a justiça social e a valorização cultural. Possibilitou que organizações « de base » do Sul pudessem reunir entre si, descobrir quais as especializadas em turismo, na produção agrícola ou artesanal, e reencontrar outros actores de « trocas justas » : ONG’s locais, gestores de fundos, associações de consumidores, media, profissionais dos respectivos sectores, tanto do Norte como do Sul.

Cada vez mais numerosas, as organizações de base levam a cabo projectos de desenvolvimento local sustentável com a preocupação de utilizar tecnologias respeitadoras do Homem e do Ambiente. O reforço destas comunidades depende, por um lado, da sua implicação em redes nacionais e regionais e, por outro, da implementação de raras sinergias entre as diferentes fileiras de serviços como o turismo, podendo reforçar-se mutuamente bem como a autonomia económica das comunidades. Foram feitas visitas locais, bem como conferências, mesas redondas e ateliers, enquadrando participantes provenientes de cerca de 60 países.

Nos ateliers, muitos defenderam o desenvolvimento sustentável dos territórios, designadamente através da actividade turística. Foi o caso de um projecto levado a cabo em Cabo verde pela rede T2D2 (Turismo, Território e Desenvolvimento Sustentável). Respondendo a uma pergunta do moderador, T2D2 propôs-se intervir utilizando a metodologia Alticoba 21 (apresentada neste Boletim nos nºs 11, 12 e 13) para criar uma oferta turística responsável e adaptada. Esta abordagem permite colocar no mercado uma oferta que seja: a) um utensílio de promoção turística e cultural do património rural de Cabo Verde conseguindo levar a cabo um produto completamente diferente acentuando a identidade turística de Cabo verde ; b) uma actividade geradora de rendimentos para lutar contra a desertificação e a pobreza ; c) um instrumento para uma gestão mais integrada e mais participativa dos recursos naturais.

Artigo de Norbert Tréhoux
www.fits.chiapas.gob.mx/
www.t2d2.org

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Associação Internacional dos Investidores em Economia Social (INAISE)Conferência anual 2006
"Inovação para o sector da finança social" é o tema da conferência internacional organizada este ano pela INAISE, Associação internacional dos Investidores em Economia Social e que vai ter lugar em San Sebastien, Espanha, a 1 e 2 de Junho. A conferência é organizada em colaboração com Fiare e o programa completo, bem como a inscrição estão disponíveis no sítio Internet http://www.inaise.org ou no sítio Internet da própria conferência - www.inaise2006.org
A conferência será orientada por Carlos Ballesteros, da Universidade de Comillas, Esteban Barroso, director geral do banco Triodos, Peru Sasia, director geral de Fiare e Raul Contreras da associação Enclau. Comporta três mesas redondas e três temas diferentes, visitas a projectos entre as quais uma visita ao grupo MCC em Mondragon, bem como ateliers : da micro finança à finança social, novos instrumentos de financiamento do desenvolvimento ; o problema da habitação na Europa : utensílios financeiros para pessoas desfavorecidas ou esforços coordenados para uma luta comum ?; o financiamento de energias renováveis em pequena escala; inserção social face à globalização, cada vez mais as pessoas são confrontadas com empregos precários… como ajudar estas pessoas?; a produção e o consumo, o financiamento da agricultura biológica e do comércio justo.

Viviane Vandemeulebroucke
Coordenadora
www.inaise.org
www.inaise2006.org

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Premeiro Simpósio Africano de Comércio Justo
De 6 a 9 de Abril de 2006, no Benim

O 1º Simpósio Africano de Comércio Justo teve lugar em Cotonou, no Benim, de 6 a 9 de Abril. Reuniu cerca de 60 actores vindos de diferentes regiões de África, da Europa e do Canadá.

As aspirações do comércio justo em África são múltiplas. As antigas colónias francófonas e anglófonas representam sub regiões que não partilham nem as mesmas culturas nem as mesmas línguas, o que dificulta a comunicação. A falta de infraestruturas dificulta também o desenvolvimento fácil de um potencial comércio africano (estradas, linhas férreas e aéreas inadequadas).

O comércio justo é uma das principais alavancas do desenvolvimento local sustentável e endógeno. Na sua origem mais uma abordagem baseada na solidariedade Norte-Sul, o Comércio Justo afasta-se hoje da sua infância, tornando-se um instrumento privilegiado de que os povos (Africanos ou outros) se podem utilizar para contrapor ao comércio tradicional, explorador dos produtores, uma forma de transacção mais justa e alternativa. Permite preservar – valorizar e desenvolver com lógica e coerência – as produções tradicionais (especialmente as agrícolas, transformadas ou não e as artesanais) e outras produções. É precisamente o contrário de um comércio internacional dedicado a produzir lucros desmesurados para uns, em prejuízo de pequenos produtores locais e de uma qualidade de vida sempre inferior para uma vasta maioria dos habitantes quer do Norte quer do Sul. Permite criar cadeias curtas entre produtores e consumidores, onde todos se encontrem em termos de preços e de qualidade. Deveria conduzir a implementar localmente iniciativas de mais valias (transformação, embalagem), hoje concentradas nos países do Norte. E, sobretudo, conduzir a vendas recíprocas entre países do Sul, sempre respeitando as culturas locais, o que nem sempre sucede actualmente.

Para atingir a idade adulta, um sector, tal como um ser humano, precisa de ultrapassar desafios. É o caso actual do Comércio Justo. É preciso aprender a trabalhar em conjunto, juntando as energias e forças, construindo capacidades colectivas e capitalizando as forças culturais colectivas como são as de África.

Atingir a idade adulta significa também aprender a fazer ouvir a sua voz, afirmando-se e fazendo-se respeitar como parceiro efectivo. É a aspiração de se impor nas negociações internacionais de comércio, quer junto da União Europeia (trata-se dos acordos APE) ou da OMC.

Estas mudanças de lógicas e de práticas exigem uma tomada de consciência reforçada a todos os níveis. Exigem um reforço da capacidade de comunicação. O simpósio de Cotonou juntou tijolos que deveriam permitir uma bela construção no futuro, baseada em pessoas que aprenderam a conhecer-se, a tomar consciência da importância das conquistas colectivas que podem resultar de uma abordagem que ultrapassa as línguas e os países, e no trabalho conjunto na co-construção de um verdadeiro Comércio Justo em África, elemento indispensável para um desenvolvimento local sustentável e endógeno.

Redacção : Judith Hitchman


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A- 4º Encontro Internacional da globalização e da solidariedade (Bélgica) Tomem nota de que o encontro se vai realizar de 5 a 8 de Abril de 2007. Daremos notícia do anúncio oficial no próximo número.

B- Fórum Social Mundial 2007
A Comissão Internacional do FSM decidiu as datas do Encontro 2007. Terá lugar de 20 a 25 de janeiro em Nairobi, no Quénia.
http://www.forumsocialmundial.org.br/

C- Cooperar em português
Esta iniciativa de cooperação consagrada ao desenvolvimento local em países de língua oficial portuguesa, de que Francisco Botelho já nos falou, dispõe de um sítio Internet
http://www.cooperaremportugues.org/

D - Seminário sobre envelhecimento das populações rurais e o desenvolvimento dos seus territórios
A associação de desenvolvimento local portuguesa ADRACES organiza esta troca de experiências entre europeus, com a participação de Gérard Peltre, presidente de MER (Movimento europeu da ruralidade). Este seminário é um dos itinerários da Universidade Rural Europeia que terá lugar em Szolnoz, na Hungria, de 29 de Junho a 2 de Julho. Camilo Mortágua apresentará, nesta ocasião a nova revista VIVER “Vidas e Veredas da Raia”.
Para mais informações: celso.lopes@adraces.pt



Os nossos boletins estão disponíveis na Internet:

http://desenvolvimentolocal.blogspot.com/
www.apreis.org/

Agradecimentos :
A Évéline Poirier do Canadá, pela tradução inglesa
A Anne Vaugelade, de França, pela tradução espanhola

Contacto (para informações, novas inscrições e desistências)
Yvon Poirier ypoirier@videotron.ca
Francisco Botelho frbotelho@mail.telepac.pt

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