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02/09/2004

Boletim Internacional de Desenvolvimento Local Sustentável
Boletim Informativo nº11
Setembro de 2004



Sumário

Pedido da equipe editorial
Convite à colaboração

ALTICOBA 21
Uma iniciativa de desenvolvimento sustentável através de um turismo responsável, à escala de um território de participação.

Datas a recordar
3º Encontro Internacional sobre a Globalização e a Solidariedade
Fórum do Conselho da Europa
Fórum Social Mundial 2005


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Pedido da equipe redactorial

Com a presente edição iniciamos o segundo ano da publicação do nosso Boletim. Queremos continuar a nossa contribuição para tecer laços entre pessoas que se dedicam a trabalhar para as populações e as suas comunidades.

A construção de uma globalização que respeite os princípios de igualdade e de partilha, de solidariedade e de justiça, numa perspectiva de desenvolvimento sustentável, centrada em cada uma das localidades do nosso planeta, é uma tarefa longa.

Chegamos mensalmente a 150, 200 pessoas. Para o melhorarmos, fazemos um apelo aos nossos leitores.

Sugerimos a vossa colaboração voluntária :
Para nos fazer chegar informações, textos, anúncios de actividades e notas de sites WEB interessantes ;
Para nos sugerirem contactos de pessoas e de organizações que possam colaborar connosco;
Para apoiarem os nossos esforços na produção do Boletim em quatro línguas, oferecendo-se para traduzirem textos;
Para comentarem os textos publicados;
Para convidarem outras pessoas a inscreverem-se na nossa lista de distribuição.

No que nos diz respeito, é nossa intenção continuar porque acreditamos ser útil informar e fazer crescer o número de pessoas que se afirmam interessadas nesta iniciativa. E esperamos que uma rede ou uma organização possam vir a assumir este esforço até agora estritamente particular já que a informação, sendo um aspecto prioritário, deverá ter sequência no debate de questões de fundo, nos fundamentos da mudança.

Francisco Botelho, Portugal
Yvon Poirier, Canadá
Martine Théveniaut, França




ALTICOBA 21
Agenda 21 Local para o Turismo a partir das Comunidades de Base
(Agenda 21 Local Tourisme Issu des COmmunautés de Base)
República do Djubuti

Autor : Alain Laurent

1ª Parte (de 3) – continuação nos próximos números

De onde… ?
O turismo convencional, de massas, industrial e desterritorializado (exemplo : um « resort » de beira mar) merece sérias críticas, que se podem resumir em alguns pontos chave :
· As regiões que acolhem, geralmente países em vias de desenvolvimento, não controlam os fluxos turísticos, que estão geralmente nas mãos de grupos internacionais de países industrializados, que desenvolvem onerosas campanhas de promoção, de preços, de desregulamentação e de subvenção em proveito de grandes multinacionais de turismo e de turistas de países ricos.
· O afluxo de divisas é mais fraco do que os custos porque o investimento inicial implica endividamento externo e as entradas / receitas são penalizadas pelas crescentes necessidades de produtos importados. Esta taxa de perda situa-se entre 40 e 90% dos montantes investidos para as zonas de destino.
· A actividade única e a mono infraestruturação turística é frágil e perigosa já que está sujeita a uma procura com flutuações brutais, muitas vezes imprevisíveis (exemplo, o medo da “febre das aves” na Ásia).
· O direito a férias e ao lazer representam uma desigualdade no consumo, nos direitos sociais e no desenvolvimento da personalidade. E essa desigualdade é mais acentuada no que diz respeito às populações desfavorecidas do Sul, com agravamento nos jovens.
· Os empregos no turismo são frequentemente mal remunerados, sazonais e sem garantia de qualificação. Os atentados aos direitos dos trabalhadores são generalizados e, no Sul, a exploração (inclusive a sexual) é frequente entre as mulheres e as crianças.
· O turismo fragiliza o tecido social e afecta as raízes culturais, reforçando as disparidades sociais e introduzindo hábitos de consumo insustentáveis.
· Enfim, o turismo, através de transportes emissores de gases com efeito de estufa, contribui para o desequilíbrio climático do planeta. E, através dos seus impactos terrestres, polui, destrói, sobreexplora, transforma e artificializa as paisagens e cria conflitos de uso para recursos limitados como a água e a energia.


… para onde ?
A Agenda 21 Local « Turismo » « a partir de comunidades de base » (ALTICOBA 21) é uma forma de resposta a um turismo irresponsável e desrespeitador, que ultrapassa largamente este simples sector. É uma iniciativa de desenvolvimento de territórios desfavorecidos, frágeis em recursos institucionais e/ou económicos, a partir da actividade estruturante que é o turismo responsável. Insere-se na corrente de desenvolvimento sustentável preconizada ao nível local sob a forma das « Agenda 21 locais » (RIO 92, primeira cimeira do planeta Terra). Sob esta designação, ALTICOBA 21 é reconhecida no plano institucional internacional (ONU, UE, BM, …) mas dificilmente compreensível para os actores do terreno : são essenciais pedagogia, acompanhamento, organização e uma presença mais próxima.

As Agenda 21 Locais « Turismo » têm o seu início no mundo francófono (no Senegal, por exemplo, através de uma cooperação descentralizada com a região de Pas de Calais Norte e Santa Ana, na Martinica). Djibouti, com a ALTICOBA 21, torna-se um país pioneiro desde o começo das actividades em 2000.

No plano internacional, ALTICOBA 21 foi lançada em Joanesburgo, em 2002 (RIO+10), junto da CNUCED (Lisboa 2004), da UNESCO (Paris 2002-2004), durante o primeiro fórum internacional de turismo solidário (Marselha, FITS 2003) e junto de cooperações francesas e italianas.
Um seminário para troca de experiências, sensibilização e promoção aos níveis nacional e regional está previsto para Janeiro de 2005 no Djibouti (co-financiamento da UNESCO).

Em 2004, as regiões de Assamo (distrito de Ali-Sabieh) no Sul da República do Djibouti, e de Bankoualé-Ardo (distrito de Tadjoura) no Norte são os locais de implementação. Assamo tem já três anos de duração, Bankoualé-Ardo inicia agora a actividade. Um ALTICOBA21 dá os primeiros passos em Portugal, a partir da cidade de Évora (Alentejo) e da respectiva associação intermunicipal, existindo perspectivas para o Laos e para Madagáscar.

Para informação : Alain Laurent (beira.cfp@club-internet.fr)


Datas a recordar

3º Encontro Internacional para a Globalização da Solidariedade

A rede intercontinental de promoção da economia solidária (RIPESS) anuncia a realização do Encontro de Dacar entre 22 e 26 de Novembro de 2005.
Conforme foi divulgado no Boletim nº 1, o encontro abordará cinco temas :
• Finanças solidárias
• Desenvolvimento local
• Alternativas às privatizações
• Comércio ético e solidário
• Promoção da economia social e solidária

Os próximos anúncios (página web e inscrições) serão comunicados oportunamente

Para informações:
dk2005@sentoo.sn
A página web referenciada dá informações (sobretudo em francês) sobre os anteriores encontros de 1997 e 3001, bem como sobre o RIPESS.
www.uqo.ca/ries2001/

Fórum do Conselho da Europa
O Conselho da Europa organiza, 4 e 5 de Novembro próximos, um fórum sobre “Finanças solidárias e consumo responsável : poderes públicos e cidadãos para a coesão social”. Este fórum é particularmente importante porque será a oportunidade de lançar uma “plataforma de diálogo político e de promoção das iniciativas éticas e solidárias de cidadãos na economia”, que iniciará as suas actividades em 2005 e será um local de concertação ao nível europeu entre os poderes públicos e as redes de economia solidária na orientação das políticas de apoio e de promoção das parcerias entre os poderes públicos e os cidadãos em torno de objectivos sociais e ambientais comuns, aos níveis local, regional, nacional e europeu.

Para mais informações:
en français/ in french/em francês/ en frances : http://www.coe.int/socialcohesion/forum2004/fr
in English/en anglais/em inglês/en ingles :
http://www.coe.int/socialcohesion/forum2004


Fórum Social Mundial 2005

O próximo FSM terá lugar em Porto Alegre de 26 a 31 de Janeiro de 2005.

Para uma melhor informação é possível inscrever-se na difusão do Boletim do FSM na página web
http://www.forumsocialmundial.org.br/home.asp



Os nossos boletins estão disponíveis na WEB :

http://desenvolvimentolocal.blogspot.com/
www.apreis.org/

Agradecimentos
A Carmen López, de Espanha, pela tradução espanhola
A Évéline Poirier, do Canadá, pela tradução inglesa

Contacto (para informações, inscrições ou abandono da lista)
Yvon Poirier ypoirier@videotron.ca
Francisco Botelho frbotelho@mail.telepac.pt


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